domingo, 27 de setembro de 2009


Caetano, acompanhado pelos Mutantes, defendeu “É proibido proibir”

A apresentação de “É proibido proibir” acabou se transformando num happening acaloradíssimo na noite de domingo, 15 de setembro de 1968. Na final paulista do FIC, realizada no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, a música de Caetano foi recebida com furiosa vaia pelo público que lotava o auditório.

Os Mutantes mal começaram a tocar a introdução da música e a platéia já atirava ovos, tomates e pedaços de madeira contra o palco. O provocativo Caetano apareceu vestido com roupas de plástico brilhante e colares exóticos. Entrou em cena rebolando, fazendo uma dança erótica que simulava os movimentos de uma relação sexual. Escandalizada, a platéia deu as costas para o palco. A resposta dos Mutantes foi imediata: sem parar de tocar, viraram as costas para o público.

Gil foi atingido na perna por um pedaço de madeira, mas não se rendeu. Em tom de deboche, mordeu um dos tomates jogados ao chão e devolveu o resto à irada platéia.

Caetano fez um longo e inflamado discurso que quase não se podia ouvir, tamanho era o barulho dentro do teatro.


A letra da musica segue abaixo:

A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim...
E eu digo não

E eu digo não ao não
Eu digo: É!Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Me dê um beijo meu amor

Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...(falado)
Cai no areal na hora adversa que
Deus concede aos seuspara o intervalo em que esteja a alma imersa em sonhosque são Deus.
Que importa o areal, a morte, a desventura, se com Deus
me guardei
É o que me sonhei, que eterno dura e esse que regressarei.
E eu digo sim

E eu digo não ao não
E eu digo: É!Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Me dê um beijo meu amor

Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim

E eu digo não ao não
E eu digo: É!Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...

2 comentários:

  1. Maria Carolina França13/10/2009, 14:49

    Música interessante. Mostra a insatisfação da banda na situaçao da época.

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  2. Uma das músicas que mais representam a ditadura militar. Mostra a insatisfação da população.
    -Fernanda

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